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Brasilia,08/05/2025

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Com inflação persistente, Copom eleva Selic para 14,75% ao ano

Decisão reflete cautela diante de incertezas globais, pressões inflacionárias e resiliência do mercado de trabalho no Brasil

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Com inflação persistente, Copom eleva Selic para 14,75% ao ano © Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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BRASÍLIA — Em meio a um cenário externo marcado por tensão geopolítica, incertezas econômicas nos Estados Unidos e deterioração das expectativas inflacionárias, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta terça-feira (7), elevar a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,50 ponto percentual, levando a Selic a 14,75% ao ano.

A decisão unânime do colegiado reflete o diagnóstico de um ambiente interno ainda aquecido, com inflação acima da meta, mercado de trabalho resiliente e expectativas inflacionárias desancoradas para os próximos anos. Segundo a ata divulgada, a medida visa conter a persistência da alta de preços e garantir a convergência da inflação para a meta no médio prazo, hoje fixada em 3,0% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

No cenário externo, os formuladores de política monetária destacaram o papel central das decisões econômicas dos EUA, especialmente no que diz respeito à política comercial, que tem gerado volatilidade nos mercados globais e impacto direto sobre ativos emergentes. "O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto", apontou o documento.

Inflação sob pressão

A inflação cheia e os núcleos inflacionários continuam elevados. As projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seguem acima da meta: 4,8% para 2025 e 3,6% para 2026, segundo o cenário de referência. A pesquisa Focus, por sua vez, projeta inflação de 5,5% em 2025 e 4,5% em 2026, reforçando o diagnóstico de desancoragem.

A política monetária brasileira, agora em patamar mais contracionista, pretende responder não apenas ao nível atual da inflação, mas à sua trajetória futura, ancorando as expectativas e estabilizando os preços.

Riscos em todas as direções

O Copom enfatizou que os riscos inflacionários estão mais elevados do que o usual. Entre os riscos de alta, destacam-se:



  • A possível desancoragem prolongada das expectativas;




  • A resiliência da inflação de serviços, puxada por um mercado de trabalho ainda forte;




  • E o impacto inflacionário de políticas econômicas interna e externa, especialmente via câmbio depreciado.



Por outro lado, o comitê também identificou riscos de baixa, como uma desaceleração doméstica mais aguda, impacto da incerteza comercial global e queda nos preços das commodities.

Selic elevada por mais tempo

Diante do atual contexto, o Banco Central sinalizou que a taxa de juros deverá permanecer elevada por um período prolongado, até que haja uma convergência firme da inflação em direção à meta. O comitê também ressaltou a necessidade de cautela e flexibilidade para reagir à evolução dos dados econômicos.

"O cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado", afirmou o texto. A postura reflete não apenas uma resposta à inflação, mas também à incerteza da política fiscal e ao comportamento volátil dos ativos financeiros.

Composição do voto

A decisão foi tomada por unanimidade pelos seguintes membros: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.


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