Fernandópolis-SP nasceu aqui e está sendo esquecida:
abandono na Avenida Getúlio Vargas escancara descaso histórico

Fernandópolis, no interior de São Paulo, está prestes a comemorar mais um aniversário. Mas a celebração chega envolta em mato alto, calçadas tomadas pelo abandono e um sentimento crescente de esquecimento. O retrato desse cenário pode ser encontrado logo na entrada do bairro Brasilândia, justamente onde tudo começou.
© PORTAL BRASIL SEM CENSURA
Foi nesse pedaço de terra, outrora desabitado e cercado de desafios, que o pioneiro Carlos Barozzi ousou sonhar. Foi dali que nasceram os primeiros contornos do que hoje conhecemos como Fernandópolis-SP. O bairro Brasilândia, berço do município, pulsa história, mas atualmente, pulsa também indignação.
A Avenida Getúlio Vargas, uma das mais simbólicas da cidade, dá acesso direto à escola Antônio Maurício. Em vez de ser um cartão-postal para as crianças e moradores, se transformou em um corredor de vegetação alta, sujeira acumulada e descaso público. O que deveria ser via de orgulho tornou-se caminho para o esquecimento.
Apesar de sua importância histórica, a via parece ter sido varrida do mapa das prioridades da atual administração. Enquanto outras avenidas receberam atenção recente como a Expedicionários, revitalizada em 2024, ou a Avenida Augusto Cavalin, que iniciará melhorias no final de maio. a Getúlio Vargas permanece à margem.
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A pergunta que ecoa é simples: por que o poder público virou as costas para o lugar onde tudo começou?
A resposta, até agora, é o silêncio. O sorriso de esperança que acompanhou a eleição do atual prefeito parece ter dado lugar à frustração de mais uma promessa não cumprida. Moradores esperavam mais do que simples roçadas ocasionais. Queriam respeito, infraestrutura, dignidade.
Não se trata apenas de estética urbana. Trata-se de reconhecimento histórico e justiça social. Afinal, Brasilândia não é só mais um bairro, é o ponto zero da cidade. Ignorá-lo é ignorar a própria história de Fernandópolis-SP.
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Senhor prefeito, não é caridade limpar, cuidar e valorizar este pedaço da cidade. É dever institucional. É compromisso moral com quem ajudou a construir este município. Carlos Barozzi, se vivo estivesse, talvez se perguntasse: “De que vale a coragem de fundar uma cidade se o coração dela é condenado ao abandono?”
Com o aniversário de Fernandópolis-SP batendo à porta, fica a dúvida: qual será o presente destinado à Brasilândia? Mais promessas ou, enfim, ação concreta?
A cidade não exige milagres. Apenas respeito.
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