Em tempos de amores instantâneos e relações descartáveis, a pergunta que ecoa entre gerações é direta: amar basta? A resposta, ainda que dolorosa, é não. Amor por si só não sustenta um relacionamento duradouro. É preciso admiração mútua, comunicação verdadeira e uma conexão emocional que vá além da aparência ou conveniência.

O encanto da convivência nasce da admiração. Quando ela se apaga, o elo que unia dois mundos começa a enfraquecer. O instinto protetor de um homem por sua companheira, por exemplo, vai muito além de segurança física: está em prover, apoiar, estar presente  emocional e materialmente.

Se um desses pilares se quebra, ou pior, se nunca existiu de fato, a relação se revela uma fachada. Quando alguém se une por beleza, a separação vem no primeiro sinal do tempo. Quando o vínculo é baseado em interesse, qualquer mudança de utilidade destrói o chamado “amor”.

Mas, afinal, o que é amar? Ainda é um mistério. Buscamos o amor verdadeiro ou perseguimos uma perfeição inexistente? Quando o encanto se dissipa, os olhos se abrem, e casais que antes se diziam inseparáveis tornam-se estranhos  às vezes, inimigos.

Falta maturidade emocional. E sobra ego. Vingar-se de um ex por orgulho é caminhar na contramão da felicidade. A vida, seja a dois ou em solitude, sempre vale a pena. Mas viver um amor genuíno é privilégio de poucos. Muitos percorrem a existência presos em ilusões, confundindo paixão com amor verdadeiro  aquele que seria capaz de enfrentar tudo pela felicidade do outro.

Na era da hiperconexão, o que falta é exatamente o que parece mais simples: diálogo. Conversar, olhar nos olhos, ser verdadeiro. Relacionamento saudável é estar com alguém que apoia, compartilha objetivos e deseja seu crescimento  e não com quem tenta te limitar por medo ou insegurança.

Relacionamentos baseados em controle e egoísmo são fadados ao fracasso. Apequenar-se por medo de perder o outro é esquecer de si mesmo. O mundo seria mais leve se, em vez de declararmos guerras com um clique, escolhessemos conversar. Mas o ego, o poder e a vaidade ainda vencem  e a humanidade segue colecionando rupturas onde poderia haver reconciliação.

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