A 10 meses da Expo, Fernandópolis-SP ainda não sabe quem vai comandar o Recinto E a Festa em 2026.
Prefeitura confirma pedido de devolução, mas não há licitação nem planejamento para 2026

Fernandópolis (SP) – Faltando menos de 10 meses para a edição 2026 da Expo Fernandópolis-SP, o maior evento popular do município, a Prefeitura ainda não tem resposta concreta sobre quem será o responsável pela organização do evento. Questionada pelo Portal Brasil Sem Censura, a Secretaria de Comunicação confirmou que o empresário atualmente responsável solicitou a devolução antecipada do Recinto de Exposições "Percy Waldir Semeghini", mas sem definição de nova concessão ou planejamento oficial.
Resposta da SECOM, na íntegra:
"O empresário responsável pelo local solicitou a entrega antecipada do recinto. No entanto, antes que isso ocorra, são necessárias vistorias e análises para verificar as condições do espaço. Essas avaliações estão sendo realizadas pela Secretaria Municipal de Obras, e todo o processo de entrega está sendo acompanhado por uma equipe técnica para garantir a legalidade do procedimento.Em relação à possível licitação, ainda não há definição. O processo está em fase de estudos para identificar a melhor forma de dar prosseguimento ao evento."
A indefinição gera preocupação. Em julho de 2025, o município ainda não sabe se a edição de 2026 será organizada pela Prefeitura, por meio de licitação pública, por alguma entidade como o Sindicato Rural ou a ACIF, ou até mesmo por uma empresa privada. Sem organizador, também não há escolha de grade de shows, número de dias de evento, estrutura de arena.
Nos últimos anos, a Expo perdeu parte de seu brilho. O que já foi uma vitrine de Fernandópolis-SP para o Brasil, com rodeios premiados e grandes atrações acessíveis ao público, se tornou um evento caro e distante da população. Estacionamento caros, bebidas a preços abusivos e a ausência de uma programação voltada à cultura popular afastaram o povo. O rodeio, antes o centro da festa, hoje vive à sombra do que foi nas décadas de 1980 e 1990, quando boiadeiros disputavam altas premiações e o público lotava as arquibancadas em clima de festa.
Agora, sem planejamento definido, o risco é repetir os mesmos erros. Organizar uma Expo com seriedade exige meses de trabalho, captação de recursos, articulação com artistas, patrocinadores e setores produtivos. Correr contra o tempo, mais uma vez, pode ser fatal para um evento que já perdeu o encanto e precisa se reinventar para sobreviver.
A cidade e sua história merecem respeito.
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